domingo, julho 31, 2011

PESCADORES DE HOMENS - Warren Wierbse

Jesus não apenas proclamou as boas-novas e ensinou ao povo a verdade de Deus, mas também escolheu para si alguns discípulos que pudesse treinar para o serviço do reino. Em Mateus 4:18-22, lemos sobre o chamado de Pedro, André, Tiago e João, homens que já haviam se encontrado com Jesus e crido nele (lo 1:29-42). Voltaram para seu negócio de pesca, mas Jesus os chamou para deixar tudo e segui-lo. Os detalhes desse chamado podem ser encontrados em Marcos 1:16-20 e Lucas 5:1-11. A expressão "pescadores de homens" não era nova. Há séculos, filósofos gregos e romanos usavam-na para descrever o trabalho daqueles que procuravam ensinar e persuadir outros. "Pescar homens" é apenas uma dentre muitas imagens que retratam o evangelismo na Bíblia, e não devemos nos limitar a ela. Jesus também falou do pastor à procura de ovelhas perdidas (Lc 15:1-7) e de trabalhadores na época da colheita. Uma vez que esses quatro homens trabalhavam com a pesca, nada mais lógico que Jesus usar essa abordagem. Quatro (ou talvez até sete) dos doze discípulos de Jesus eram pescadores (ver Jo 21 :1-3). Por que Jesus chamou tantos pescadores?
Em primeiro lugar, eles eram homens ativos; não costumavam passar o dia inteiro ociosos. Quando não estavam no barco, passavam boa parte do tempo selecionando o que haviam pescado, preparando-se para a pescaria seguinte ou fazendo a manutenção de seu equipamento. O Senhor precisava de pessoas ativas, que não tivessem medo de trabalhar.
Os pecadores tinham de ser corajosos e pacientes. Sem dúvida, é necessário paciência e coragem para levar pessoas a Cristo. Era preciso ser habilidosos e aprender com outros os melhores lugares para encontrar peixes e a melhor maneira de pescá-los. A pesca de almas requer habilidade. Os pescadores precisam trabalhar em equipe, e o trabalho do Senhor também requer cooperação.
Acima de tudo, porém, a pescaria requer fé: os pescadores não conseguem ver os peixes, portanto não sabem ao certo o que pegarão em suas redes. A fim de ser bem-sucedida, a pesca de almas também exige fé e vigilância.

Warren Wierbse

domingo, julho 24, 2011

CORRAMOS, COM PERSEVERANÇA, A CORRIDA DA FÉ. Hebreus 12.1-3

A epístola aos hebreus é, sem dúvida nenhuma, uma das cartas do Novo Testamento mais obscura quanto ao pano de fundo histórico. Contudo, sua mensagem se reveste de valor inestimável, pois descreve a supremacia do cristianismo em relação a outras religiões. Esta carta dirige-se a judeus que se converteram ao cristianismo e, por causa da fé em Cristo Jesus, enfrentavam uma severa perseguição (Hb 10.32-39). Por causa disto, muito provavelmente, alguns apostataram da fé (Hb 6.4-8). Outros estavam deixando de congregar (Hb 10.24,25). Assim, o autor desta epístola, lembra seus leitores que a vida cristã é semelhante a uma competição atlética: “... corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta”. A palavra “carreira” aqui usada denota, na língua original, a ideia de “luta”, “conflito”. Paulo a empregou várias vezes em suas cartas para referir-se ao seu sofrimento e lutas que enfrentou na pregação do Evangelho (Fp 1.30 e 1 Ts 2.2). A ideia de uma disputa intensa associada ao verbo correr informa-nos que a figura usada para descrever a vida cristã é uma corrida, mais especificamente, a uma maratona e não uma corrida de curta distância. Sendo assim, exorta-os a continuarem em sua jornada. Lembra-lhes que, os que estão em Cristo, não retrocedem para a perdição (Hb 10.39). E convida-os: “CORRAMOS, COM PERSEVERANÇA, A CORRIDA DA FÉ!
1. CORRAMOS, COM PERSEVERANÇA, A CORRIDA DA FÉ, ESTIMULADOS PELO TESTEMUNHO DOS HERÓIS DA FÉ. Primeiramente seus leitores deveriam lembrar-se que “temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas”. Referia-se aos heróis da fé descritos no capítulo anterior. A princípio poderíamos imaginar que esta expressão sugere-nos expectadores num estádio torcendo pelos atletas em sua disputa. Creio, entretanto, que a intenção do autor não é afirmar que os heróis estão a nos observar e, sim, que nós devemos observá-los. Quer nos chamar atenção para a fidelidade de Deus. Por isso exorta-os: “Guardemos firmes a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel” (Hb 10.23). E a prova desta fidelidade está no testemunho dos heróis da fé. Homens e mulheres que, por causa do compromisso com Cristo, “foram torturados (...) passaram pela prova de escárnio e açoites, sim, até algemas e prisões. Foram apedrejados, provados, serrados ao meio, mortos a fio de espada; andaram peregrinos, vestidos de pele de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos e maltratados” (Hb 11.35-37) e, no entanto, nunca negaram sua fé e agora estão na Jerusalém celestial, chegaram à cidade do Deus vivo e a igreja dos primogênitos arrolados no céu. Olhem para estes e não retrocedam na fé! Eles venceram e, em Cristo, somos vencedores.
2. CORRAMOS, COM PERSEVERANÇA, A CORRIDA DA FÉ, DESEMBARAÇANDO-NOS DE TODO PESO E PECADO. Você pode imaginar um maratonista, em plena competição, com uma mochila nas costas? Por isso o autor desta carta exorta aos cristãos judeus que se desvencilhem de todo o peso que possa impedi-los de correr. A palavra “peso” indica “volume”, “massa”. Quando aplicada ao atleta pode significar (1) qualquer excesso de peso no corpo ou (2) a qualquer artigo pesado que possa ser colocado ou levado no corpo. Certo estudioso observa que esta “metáfora refere-se primariamente ao corredor que lança fora o peso das coisas desnecessárias, como roupas incômodas, apesar da idéia de reduzir o peso pelo treino e exercício não estar muito distante”. Na verdade, exortava-os a abrir mão de tudo o que impedia a jornada com Cristo. É preciso remover tudo aquilo que nos impede de correr a carreira cristã. F. F. Bruce nos diz que “há muitas coisas que podem ser boas em si mesmas, mas que estorvam um competidor na carreira da fé; são pesos que devem ser deixados de lado”. Mas, sobretudo, o cristão em sua jornada deve abandonar o pecado. Se há algo que impede ou retarde a nossa caminhada com Cristo é o pecado. Com “pecado” não se referia a um pecado específico, mas ao pecado em geral. Assim, quem quer viver para agradar a Deus deve deixar de lado, deixar parta trás tudo o que impede seu progresso, principalmente, o pecado.
3. CORRAMOS, COM PERSEVERANÇA, A CORRIDA DA FÉ, OLHANDO FIRMEMENTE PARA JESUS. O corredor que tem por objetivo alcançar a meta final não pode se distrair facilmente, nem com a multidão e nem com os demais competidores. O verbo olhar significa desviar os olhos de todas as outras coisas a fim de olhar para uma única ou como afirmou J. C. Ryle, “deixar de olhar para outros objetos e olhar um, apenas um, e observá-lo com um olhar firme, fixo e intenso”. Assim, os leitores desta epístola são exortados a fixar seus olhos em Jesus, o nosso alvo e modelo. Isto porque Ele é o “autor e consumador da fé”, isto é, a fé encontra sua expressão completa em Cristo, especialmente em Seu sofrimento (Hb 5.7-10). O significado desta declaração é explicado pelo próprio autor da carta quando diz: “O qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia”. Jesus não se esquivou em fazer o que Ele sabia ser a vontade de Deus. Certo estudioso compreendeu bem o significado desta exortação ao declarar que “a exortação nessas linhas pode ser colocada da seguinte forma: “Considerem Jesus. Comparem as experiências dEle com as suas. Ele também viveu na carne e foi um companheiro nas tribulações. Foi violentamente antagonizado, suas palavras foram deturpadas, e suas reivindicações ridicularizadas. Considerem os seus sofrimentos e a maneira como os enfrentou”. Fica perfeitamente implícito que, se os leitores da epístola fizerem uma avaliação exata, não irão desfalecer na pista antes de terminar a corrida”.
Diante do texto que separamos para nossa edificação nesta noite, é possível que alguém pense: “Eu não sou judeu e nem estou sofrendo ameaças de morte, porque esta mensagem é importante para mim?”
Primeiro quero lembrar-lhes o que Paulo escreveu a Timóteo: “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra”. Em segundo lugar, como cristãos, temos um caminho a percorrer. Com desafios tremendos, obstáculos gigantescos e com um inimigo a rodear-nos, pronto para nos devorar. Ainda enfrentamos um mundo ímpio, que cada dia mais se corrompe e se torna mais violento. E neste caminho que percorremos existem vidas feridas, lares desfeitos, pessoas aprisionadas, povos não alcançados e igrejas a serem implantadas. Esta é a carreira que nos está proposta. Assim, Deus nos fala hoje e exorta-nos: CORRAMOS, COM PERSEVERANÇA, A CORRIDA DA FÉ, ESTIMULADOS PELO TESTEMUNHO DOS HERÓIS DA FÉ; DESEMBARAÇANDO-NOS DE TODO PESO E PECADO E OLHANDO FIRMEMENTE PARA JESUS.

domingo, julho 17, 2011

A EVANGELIZAÇÃO E A ORAÇÃO

Creio que ao Senhor pertence a Salvação (Jn 2.9). A vida eterna é inteiramente gratuita, não depende daquilo que fazemos, mas fundamenta-se na vontade e ação de Deus. Nas Palavras do apóstolo Paulo, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia (Rm 9.16). Contudo, é através da proclamação da Palavra de Cristo que Deus nos tem dado a vida, mesmo estando nós mortos em nossos delitos e pecados (Ef 2.4 e 5). Paulo, escrevendo aos Romanos, declarou que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. E salienta a estreita relação entre a salvação e a pregação do evangelho ao acrescentar: Como, porém invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E a conclusão lógica é que a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo (Rm 10.13-15 e17).
Todo homem que é alcançado pela graça tem a responsabilidade de transmiti-la através da proclamação do evangelho de Cristo. E Paulo estava cônscio disto e por isso declara: Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho! (1Co 9.16). Sabia também que deveria fazê-lo na dependência de Deus, pois o evangelho é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16). No entanto, para ele, a oração, na evangelização, não consistia em rogar a Deus para que determinada pessoa fosse alcançada pela graça, como é comum fazermos em nossos dias. Consistia, sim, em ser ela um instrumento nas mãos de Deus para que vidas fossem salvas.
Em primeiro lugar, através da oração, buscava uma oportunidade para pregar: Suplicai, ao mesmo tempo, também por nós, para que Deus nos abra porta à palavra (Cl 4.3). A oração é a chave que abre a porta para divulgar o mistério de Cristo.
Em segundo lugar, através da oração buscava intrepidez. “Vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos e também por mim, para que me seja dado, no abrir da minha boca, a palavra, para com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho”(Ef 6.18,19). Uma vez que Deus nos abre a porta, nos é necessário ousadia, intrepidez, coragem para anunciarmos a Cristo.
Em terceiro lugar, através da oração buscava a palavra. Deus pode nos dar oportunidades, abrindo portas, e intrepidez para falarmos de Jesus, mas se Ele não colocar a palavra em nossa boca a nossa obra será inútil. Devemos aproveitar as oportunidades, como exortou aos colossenses, mas acrescentou: a vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um (Cl 4.6). Deveriam fazer uso da palavra com graça, ou seja, numa linguagem atraente, que provoque nos incrédulos uma reação favorável. Assim fez Jesus, maravilhando pessoas com palavras de graça que lhe saíam da boca (Lc 4.22).
Portanto, devemos orar em favor da evangelização do nosso país, rogando ao Senhor que nos dê oportunidades, abrindo portas, intrepidez e, principalmente, a palavra para que o mistério de Cristo se torne conhecido e todos os eleitos de Deus sejam salvos.












*Este texto foi publicado no Brasil Presbiteriano em 2004

segunda-feira, julho 11, 2011

O EVANGELHO DE JESUS É UMA ORDEM AO ARREPENDIMENTO

O versículo chave para compreender o significado do encontro de Jesus e Levi, descrito em Mateus 9.9-13, é o versículo 13. Jesus resume a mensagem do cristianismo e descreve o propósito do seu ministério ao declarar: “Não vim chamar justos, e, sim, pecadores”. Jesus se encarnou com o objetivo de chamar pecadores – pessoas que sabem que têm uma doença fatal e que nada merecem, mas que desejam profundamente ser perdoadas. Ao relatar este mesmo episódio em seu evangelho, Lucas acrescenta duas palavras: “Não vim chamar justos, e, sim, pecadores ao arrependimento”. A mensagem do evangelho de Jesus é, antes de tudo, uma ordem ao arrependimento. Desde o início do ministério de Jesus sua mensagem consistiu em chamar pecadores ao arrependimento. Sua primeira pregação foi: “Arrependei-vos” (Mateus 4.17). O pastor ou pregador que negligenciar a chamada dos pecadores ao arrependimento não estará pregando o evangelho segundo Jesus. Mas, o que é arrependimento? Primeiro é preciso dizer o que ele não é. Arrependimento não é remorso, isto é, sentir-se envergonhado e triste pelo pecado, embora isto esteja presente no verdadeiro arrependimento. O arrependimento não é uma obra humana e, sim, um dom de Deus. Em Atos dos Apóstolos lemos: “Logo, também aos gentios foi por Deus concedido o arrependimento para vida” (Atos 11.18). Se é Deus quem concede o arrependimento, não pode ser uma obra humana. O Rev. John MacArthur define muito bem o arrependimento, ele nos diz que “o arrependimento é um chamado a repudiar a velha vida e voltar para Deus para ser salvo”. Quando analisamos o encontro de Jesus e Mateus podemos compreender o arrependimento. Primeiro, o arrependimento consiste em voltar-se para Deus. Jesus encontrou Mateus na coletoria e disse-lhe: Segue-me. Somos informados que Mateus deixou tudo e O seguiu. Mateus abandonou tudo para seguir a Jesus. Ele pagou um preço bem alto. Como cobrador de impostos, servindo ao império romano, ao abandonar seu posto seria imediatamente substituído e não teria volta. É uma decisão de se submeter ao senhorio de Cristo, é colocar-se sob a direção de Deus. Assim, o verdadeiro arrependimento resulta numa mudança de comportamento. A mudança em si não é arrependimento, mas seu fruto inevitável e “onde não há mudança de conduta, não se pode confiar que haja ocorrido arrependimento”. Em segundo lugar, arrependimento consiste em abandonar o erro. Mateus era publicano, ou seja, cobrador de imposto. Alguém que havia traído o seu próprio povo e servia a Roma e vivia da extorsão dos seus próprios patrícios. O fato de ir após Jesus revela que ele era alguém que estava sob convicção de pecado e ansiava por libertar-se desta vida. Jamais teria seguido a Jesus por capricho, pois o preço era muito alto. Em terceiro lugar, arrependimento consiste em servir a Deus. Mateus decidiu oferecer um banquete e apresentar Jesus aos seus amigos. Jesus repreendeu aos religiosos da época afirmando que os são não precisam de médico e, sim, os doentes. A transformação de Mateus o levou a agir como Jesus, buscando pecadores ao arrependimento a fim de que encontrassem a cura. No arrependimento verdadeiro há não só a disposição de voltar- se para Deus, abandonando o pecado como também a disposição em se fazer à vontade de Deus. Se faltar qualquer um destes elementos não há arrependimento genuíno. Em Tessalonicenses 1.9 vemos estes mesmos elementos na conversão daqueles irmãos. Paulo descreve o arrependimento dos tessalonicenses assim: “Deixando os ídolos, vos convertestes a Deus, para servirdes o Deus vivo e verdadeiro”. O Evangelho de Jesus é um chamado ao arrependimento, a uma mudança radical e transformadora em nossas vidas. Ele continua nos dizendo: Arrependei-vos!

domingo, julho 10, 2011

A ARTE DE FAZER CALAR - SALMO 131.1,2.


“SENHOR, não é soberbo o meu coração, nem altivo o meu olhar; não ando à procura de grandes cousas, nem de cousas maravilhosas demais para mim. Pelo contrario, fiz calar e sossegar a minha alma; como a criança desmamada se aquieta nos braços de sua mãe, como essa criança é a minha alma para comigo.” - Salmo 131.1,2.


A pior decepção é aquela que sentimos com relação a nós mesmos. Quando nos decepcionamos com um amigo, familiar, projeto de trabalho ou até mesmo na vida financeira, esta dor incomoda, mas é circunstancial. Existem muitos fatores externos à nossa vontade que contribuem para que determinados projetos e planos não se realizem. Por outro lado, algumas pessoas estão presas a valores e uma visão de vida diferente da nossa, por isso, a decepção nestes ambientes são comuns. O problema se torna mais complexo quando nos decepcionamos com nossa reação em determinado momento, com nossas palavras e com nossa visão e valores acerca da vida. O salmista aqui está nos ensinando algo muito profundo. Ele abre seu coração diante de Deus e aponta um caminho para todos os seus leitores. Neste texto podemos aprender a não nos decepcionarmos com nossas atitudes na vida.
Em primeiro lugar, devemos fazer um diagnóstico de nossa alma na presença de Deus. O salmista aqui é Davi. Na presença do SENHOR ele abre seu coração e diz que afastou sentimentos ruins de sua vida. Na alma de Davi não existia soberba, altivez e desejo de coisas grandes demais para ele.
Em segundo lugar, devemos perguntar; como Davi alcançou este coração? Davi aprendeu a fazer calar e sossegar a sua alma. Precisamos aprender a arte de fazer calar e sossegar a nossa alma. Quando não fazemos a nossa alma calar, ela fala o que não deve. Sim, a boca fala aquilo que está na alma. Se nossa alma está cheia de choro, nossos lábios tremem, nossos olhos ficam cheios de lágrimas e o rosto se transforma. Se nossa alma está cheia de ira, nossas expressões faciais denunciam. Se nossa alma está cheia de alegria, os lábios não conseguem conter o sorriso. Não existe maquiagem para a alma. Quando Davi testemunhou a sua paz interior, ele compartilhou o segredo de uma alma que sabe ficar calada. Como fazer? Orar quando refletir sobre o assunto, pensar antes de falar e falar com palavras escolhidas para não machucar. Mesmo quando for um elogio devemos ter o cuidado para não parecer simples bajulação. Que Deus nos abençoe na arte de fazer calar e sossegar nossa alma.

"Autor : Rev. Leonardo Sahium - Pastor da Igreja Presbiteriana da Gávea