sexta-feira, setembro 30, 2011

ANDA NA MINHA PRESENÇA E SÊ PERFEITO

Creio que a declaração de Deus a Abraão expressa a Sua vontade a todos os seus filhos. Deus diz a Abraão e a nós: Anda na minha presença e sê perfeito (Gn 17.1). Andar com Deus é desejar que Sua vontade seja a nossa própria vontade. Andar com Deus não é algo que se faz aos domingos, mas é algo contínuo, permanente. Isto implica em duas coisas simples e básicas da vida cristã.

A primeira delas é a oração. A Bíblia exorta-nos: Orai sem cessar. Através da oração falamos com Deus, colocando em Suas mãos toda a nossa vida, nossas angústias e necessidades. A oração nos faz desfrutar da intimidade com Deus e, assim, somos impactados com Sua santidade. Somos, então, transformados, tornando-nos como Ele é. J. C. Ryle afirmou que “oração e pecado jamais habitarão juntos em um mesmo coração. Ou a oração sufocará o pecado, ou o peado sufocará a oração. Quando me lembro disto e considero a vida dos homens, acredito que poucas pessoas oram”.

A segunda é a leitura da bíblia diariamente e o estudo diligente da Palavra de Deus. O cristão deve desejar a Palavra de Deus como o recém-nascido deseja e necessita do leite materno. O cristianismo é uma via de duas mãos, onde falamos com Deus e ouvimos a Deus. Lembre-se que Deus trabalha em nós de dentro para fora, do homem interior para o homem exterior. Portanto, renove seu coração permitindo que a Palavra de Deus dirija sua vida.

Oração e o estudo das Escrituras nos levam a plenitude do Espírito, nos tornam perfeitos, isto é, completos. Que cada um de nós, verdadeiramente possa estar andando com Deus, como Abraão andou e foi chamado amigo de Deus..

segunda-feira, setembro 26, 2011

PERMANECENDO NA PALAVRA

Como cristãos somos exortados pelo apóstolo Paulo a chegarmos “à perfeita varonilidade”, isto é, sermos pessoas maduras, “pessoas que alcançaram à altura espiritual de Cristo” (Efésios 4.13,14). O objetivo desta exortação é “para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para o outro, e levados ao redor por toda sorte de doutrina”. Lamentavelmente vivemos dias em que aqueles que se dizem cristãos não demonstram convicções e nem apresentam firmeza no que creem. São inconstantes e se curvam as tendências teológicas que prevalecem em nossa época, rejeitando os padrões absolutos da Palavra de Deus. Somos conclamados, pelas Escrituras, a permanecer fiéis à Verdade de Deus: “Assim, pois, irmãos, permanecei firmes e guardais as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por palavra nossa” (2 Ts 2.15). A Bíblia é o livro de Deus. Deus é o autor primário das Escrituras Sagradas. Rev. Adão C. Nascimento nos lembra que “a Escritura se originou na mente de Deus e foi comunicada pela boca de Deus, pelo sopro de Deus, ou pelo seu Espírito”. E o propósito de Deus se ter revelado através da Bíblia é de nos despertar à fé em Jesus Cristo e nos dar a salvação que há nEle! Calvino, o reformador do século XVI, afirma que a Escritura contém o guia perfeito de uma vida boa e feliz. Isto porque a verdadeira felicidade está na reconciliação do homem com Deus, o Criador. Uma vez que a Bíblia é o livro de Deus e tem um propósito tão especial, ela se reveste de tremenda importância para nossas vidas. Contudo, não devemos adorar a Bíblia e, sim, o Deus que Se revela em suas páginas. Essa adoração inclui estudar e obedecer aos mandamentos de Deus, bem como transmitir os seus ensinamentos a outros.

terça-feira, setembro 20, 2011

UMA PALAVRA AOS PERSEVERANTES - Hebreus 12.12-17

J. C. Ryle, um grande servo de Deus do passado, nos lembra que “o Cristianismo que o mundo requer, e que a Palavra de Deus revela (...) é uma religião útil para todos os dias. É uma planta saudável, forte e viril, a qual pode viver em qualquer posição, e florescer em qualquer atmosfera, exceto a do pecado. É uma religião que o homem pode levar com ele aonde ele for, e nunca precisa deixar para trás”. Em Hebreus 12 encontramos verdades essenciais para se viver esse cristianismo autêntico e relevante em nossos dias. Por isso temos nos esforçado em aprender e aplicar tais verdades às nossas vidas para sermos, de fato, uma igreja que faça toda diferença em nossa sociedade.

No texto de hoje encontramos uma nova exortação, a qual se inicia com a expressão “por isso”. Isto é significativo, pois nos lembra que o que o autor irá nos falar depende da compreensão de tudo o que já foi dito. Primeiramente seus leitores são exortados a serem perseverantes na vida cristã, observando o testemunho dos heróis da fé, mas, acima de tudo, olhando para Jesus, o Autor e Consumador da fé. Lembra-lhes que nesta jornada encontrariam dificuldades, mas os sofrimentos não são sinais de reprovação, pelo contrário, evidenciam o cuidado paternal de Deus, moldando-nos para que sejamos participantes da Sua santidade. Agora, nesta perícope, exorta seus leitores a se encorajarem mutuamente, de modo que aqueles que se acham desanimados sejam estimulados pelo testemunho da maioria e também se tornem perseverantes. É possível observar por toda carta que havia na igreja irmãos que, diante das tribulações, estavam esmorecendo. Em Hebreus 10.25 somos informados que estes estavam deixando de congregar. Contudo, observemos que eram “alguns” e não a maioria. E essa maioria deveria levar em conta as circunstâncias e fraquezas dos demais a fim de apoiá-los. Por isso a exortação em Hebreus 10.24: “Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras”. Portanto, nesta seção, encontramos UMA PALAVRA AOS PERSEVERANTES.

1. SEJAM CORAJOSOS. A primeira exortação é: Sejam corajosos. Mãos fracas e joelhos vacilantes formam uma metáfora que representa o desânimo e o desespero. Somente os covardes desistem quando o caminho é difícil. O autor os admoesta a não se contaminarem com o desalento de poucos, mas a se mostrarem fortes, corajosos, pois a coragem “pode reanimar os corações abatidos e renovar o progresso no caminho do cristianismo”. Convida-os a continuarem sendo perseverantes e, assim, fortaleceriam os que estavam em dúvida e reergueriam sua confiança.

2. SEJAM ÍNTEGROS. O autor desta carta era alguém que conhecia bem o Antigo Testamento. Para estimulá-los a coragem cita Isaías e para convocá-los a integridade refere-se a Provérbios: “Os teus olhos olhem direito, e as tuas pálpebras, diretamente diante de ti. Pondera a vereda de teus pés, e todos os teus caminhos sejam retos. Não declines nem para a direita nem para a esquerda; retira o teu pé do mal”. Sejam íntegros! Esta é a exortação aqui. Deveriam andar numa linha reta, com honestidade e franqueza, sem inconsistências morais ou espirituais em sua vida. Integridade significa inteiro, completo, sadio. A integridade é essencial para aqueles que representam Deus e Cristo neste mundo, para que o manco não se extravie, pelo contrário, seja curado. Lighfoot nos lembra que “a advertência é no sentido de que os fortes devem avançar num curso reto e auxiliar no percurso os irmãos fracos que de outra forma seriam tentados a desviar-se e abandonar a carreira cristã”.

3. SEJAM PACIFICADORES. No versículo 14 encontramos a terceira exortação: Segui a paz com todos. O verbo seguir é enfático e sugere-nos todo o esforço possível para se alcançar algo. O primeiro objeto a ser perseguido é a paz. Embora a expressão “com todos os homens” tenha um paralelo direto com Romanos 12.18, “se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens”, indicando uma abrangência em seu uso, creio que em nosso texto refira-se exclusivamente ao relacionamento dos cristãos. O versículo 15 confirma essa interpretação. Neste versículo o autor os previne para que não haja nenhuma raiz de amargura, citando o texto de Deuteronômio. A ideia não é de ressentimentos entre eles, mas, sim, a introdução de um veneno, isto é, uma raiz venenosa, que poderia trazer a destruição. O desânimo é essa raiz venenosa, que se não fosse eliminada contaminaria o ânimo de toda a congregação. Lembra-lhes que indiferença gera indiferença e apostasia gera apostasia. O autor já os havia advertido antes: “Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo” (Hb 3.12). Assim, fala-lhes daquilo que precisava ser corrigido na igreja. A estagnação, ainda que fosse uma realidade de alguns, estava evoluindo e deveria ser combatida com tolerância e amor. O conceito bíblico paz não consiste na ausência de conflitos, guerras. É, antes de tudo, o estabelecimento de um bom relacionamento entre o homem e Deus. E neste sentido, como pacificadores, os crentes perseverantes deveriam ajudar os que estavam se ausentando da congregação a “restaurar” o relacionamento com Deus para que toda a igreja não se contaminasse com o desânimo.

4. SEJAM SANTOS. O outro objeto ser perseguido é a santificação. Esta expressão assemelha-se à declaração de Paulo aos tessalonicenses: “Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação” (1 Ts 4.7). O autor aos Hebreus nos ensina a seguir a santidade e isto envolve nos sujeitarmos ao Espírito de Cristo. A Bíblia nos ensina que o Espírito Santo opera por meios – os meios de graça, a saber: a Palavra, oração, comunhão, adoração e a ceia do Senhor. Nesse processo é preciso o nosso envolvimento através da disciplina e do esforço. A formação de hábitos é a maneira normal pela qual o Espírito Santo nos leva para a santificação. Assim, o antídoto ao veneno mortal do desânimo é o esforço deliberado do cristão no uso destes meios de graça para a sua santificação. Aqui o autor traz a lembrança o exemplo de Esaú que fez uma má escolha e não pode mudar as conseqüências desta escolha. Assim a exortação é para que não desprezem os privilégios cristãos como Esaú o fez, senão incorremos no mesmo erro dele.

Amados irmãos, a compreensão destas verdades é significativa a nós hoje. Obviamente as dificuldades que enfrentamos hoje não são idênticas à daqueles irmãos. Contudo, sofremos problemas que podem nos desanimar em nossa jornada cristã. Ainda hoje há, como expressou o poeta sacro, aqueles que corriam bem e longe de Deus agora vão, outros que caminham sem fervor e sem vigor. Portanto, neste texto aprendemos que, em primeiro lugar, devemos cuidar da nossa própria espiritualidade. Certo servo de Deus nos diz que “ninguém tem esperança alguma de revivificar outras pessoas se não se esforçar para revivificar a si mesmo”. Não devemos permitir que as lutas que enfrentamos ou o desânimo de alguns nos façam estagnar. Acima de tudo, devemos nos fortalecer no Senhor, vivendo com integridade o Evangelho de Cristo. Em segundo lugar, devemos suportar uns aos outros em amor. Uma vez revigorados, animemos os desalentados! E, por último, jamais devemos negligenciar os meios de graça que o Senhor nos dá. Nas palavras de Paulo, não apagueis o Espírito!

domingo, setembro 11, 2011

ANDANDO NOS PASSOS DE JESUS

A Bíblia nos ensina claramente que o objetivo final de Deus para todo o verdadeiro cristão é que ele se assemelhe a Jesus. Paulo em Romanos 8.29 nos diz que fomos predestinados antes da fundação do mundo para sermos conforme a imagem e semelhança de Jesus. Deus nos transforma a imagem de Seu Filho conforme a atuação do Espírito Santo em nós. Esse processo de transformação é denominado na Palavra de Deus como santificação. Na santificação, não só o Espírito opera, mas exige-se o envolvimento intencional do crente, ou seja, a cooperação do crente. Entretanto, quero lembrar-lhes outra dimensão do ensino bíblico para promover a nossa santificação – o exemplo de Jesus. “A Bíblia diz claramente que nós, como cristãos, devemos moldar a nossa vida de acordo com o procedimento de Jesus Cristo”, lembra-nos Larry McCall.

1. ANDAR NOS PASSOS DE JESUS É NOSSO CHAMADO. Jesus certa ocasião nos disse:Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma (Mt 11.28). O próprio Jesus nos deu a graciosa ordem de ir a Ele a fim de aprender. Não somos chamados, em primeiro lugar, a uma instituição ou a uma doutrina em particular, e, sim, a uma Pessoa verdadeira. É dessa pessoa, com todos os Seus atributos, que devemos aprender. Jesus nos convida a aproximar Dele para aprender e devemos obedecer-Lhe o chamado. Quando respondemos a este chamado, nossos primeiros passos com Cristo devem ser caracterizados pela atitude de imitá-Lo.

2. ANDAR NOS PASSOS DE JESUS É NOSSA OBRIGAÇÃO. Professar que estamos ligados a Cristo pela salvação, nos leva ao dever de endossar esse testemunho verbal com um estilo de vida que reflete o caráter de Cristo. É isso que nos ensina o apóstolo João: “Nisto sabemos que estamos nele: aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou” (1Jo 2.5b,6). Ser como Cristo é um padrão necessário para o cristão. Se não buscamos refletir o caráter de Cristo em nossa própria vida, que direito temos de alegar que somos cristãos?

3. ANDAR NOS PASSOS DE JESUS É NOSSO TESTEMUNHO. O Rev. Martin Lloyd-Jones afirmou que o mundo ainda julga Deus e Jesus Cristo pelo que vê em nós. Muito do que o mundo conhece acerca de Jesus Cristo resulta da observação da vida daqueles que alegam estar unidos a Cristo. Nós cristãos hoje temos a obrigação de oferecer uma constante demonstração em carne e osso do verdadeiro cristianismo. Esse é nosso ministério! Nada mais prejudicial à evangelização do que uma pregação dissociada da vida.

Devemos nos dedicar mais e mais ao estudo da Pessoa de Cristo por meio de Sua santa Palavra, orando para que o Espírito Santo nos conforme, nos molde mais e mais à semelhança do nosso bendito Salvador.

(Texto adaptado do livro "Andando nos Passos de Jesus" de Larry McCall - Editora Fiel)

quinta-feira, setembro 08, 2011

CRESCENDO NAS ADVERSIDADES

Cortland Myers escreveu que “a mais fina porcelana do mundo é queimada pelo menos três vezes, e algumas mais de três vezes. A de Desdren sempre é queimada três vezes. E por que passa por esse calor intenso? Uma ou duas deveriam ser suficientes. Não, aquela porcelana precisa ser queimada três vezes para que os adornos de ouro e carmesim fiquem mais belos e se fixem nela permanentemente. Em nossa vida somos trabalhados segundo o mesmo princípio. Nossas provações ardem em nós uma, duas, três vezes. E pela graça de Deus as cores mais belas são nelas gravadas, e se fixam para sempre”. Quanta verdade há nesta declaração! Às vezes, como é próprio da natureza humana, nos queixamos dos nossos fardos e das tribulações que enfrentamos. Por que tenho que passar por tudo isso de novo? Esta é a indagação que fazemos. Alguns valores e princípios da vida cristã precisam ser trabalhados em nós e Deus usa as adversidades para imprimi-los em nós. Deus está nos transformando na imagem de Seu Filho. O fruto do Espírito está se desenvolvendo em nós. Muitos ao verem nossas dores nos acusam de estarmos em pecado, tal como os amigos de Jó. Para estes nossos sofrimentos são evidências de perdição, mas, com afirmou o apóstolo Paulo, na verdade são provas da nossa salvação (Fp 1.28). Nossas tribulações têm um caráter didático. O nosso Pai deseja que aprendamos algo a fim de que possamos viver de modo digno do Evangelho de Cristo. A teologia da prosperidade, tão difundida em nossos dias, descarta o ensino que obtemos através do fogo ao proclamar que devemos determinar a Deus que nos livre do mal. Lembremos que nos “foi concedida a graça de padecermos por Cristo e não somente de crerdes nele” (Fp 1.29). Se o próprio Filho de Deus “aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu” (Hb 2.8), quanto mais nós pecadores. Portanto, não devemos murmurar e, sim, glorificarmos a Deus, pois Ele está trabalhando em nós para nos apresentar perante Ele perfeitos, sem máculas e nem rugas. Que possamos crescer em meio as nossas adversidades e, como o salmista, dizer: “Foi me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teu decretos” (Salmo 119.71). (extraído)