segunda-feira, abril 18, 2011

AOS PÉS DA CRUZ

Não há dúvidas que, para nós cristãos, tanto o natal como a páscoa são as datas mais significativas do nosso calendário. A primeira nos fala da encarnação do Filho de Deus, do Deus-humanado que veio buscar e salvar o perdido. A segunda fala-nos do modo pelo qual o Cristo salva os pecadores e aponta-nos para o sacrifício, a obra vicária do Messias na cruz, e Sua ressurreição. Nesta reflexão me detenho na cruz. Ali Jesus enfrentou duras provas. Foi julgado e condenado de um modo injusto pelos homens, sofreu afrontas e foi pregado no madeiro. A declaração do autor aos Hebreus nos ajuda a entender a cruz ao afirmar que "sem derramamento de sangue não há remissão" (Hb 9.22). Na cruz Jesus, o Senhor, derramou o Seu sanguue, a Sua vida a fim de que encontrássemos a redenção, a reconciliação do pecador com o Criador. Jesus, estando na cruz, proferiu algumas frases, as quais são grande ensino para a nossa vida. Convido-o a colocar-se sob a cruz, aos pés da cruz, e ouvirmos as palavras de Jesus.
1. Aos pés da cruz ouvimos um brado de dor: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
Houve um intenso sofrimento físico pelo qual Jesus passou. Açoites, coroa de espinhos, carregar o madeiro e as dores dos pregos cravados nos punhos e nos pés. Contudo, este não foi o maior sofrimento enfrentado pelo Salvador. A bíblia nos lembra das manifestações cósmicas naquele momento. A escuridão tomou conta da terra, lembrando-nos que o juízo de Deus caía sobre o Substituto dos homens na cruz. Sobre o Cordeiro de Deus caía o peso de todo o pecado, o peso de toda culpa da humanidade. Cumpria-se as palavras de Isaías e Jesus foi "traspassado por nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades". O pecado faz separação entre nós e Deus (Is59.2) e naquele momento o Cristo sentiu a dor da separação. Certo pastor afirmou: "Amaldiçoado, Jesus precisava suportar a solidão do pecado e da condenação, suportando a angústia do inferno, separado de Deus". É impossível compreender esse sofrimento. Mas, para os que são salvos, só resta-nos louvá-Lo, pois jamais enfrentaremos tal dor. Ele o fez por nós!
2. Aos pés da cruz ouvimos um brado de satisfação: Está consumado!
Que maravilhosa declaração: Está consumado! Não é afirmação de alguém que foi derrotado, mas a declaração de satisfação por completar o que veio cumprir. Ela resume toda a obra de Cristo. Foi feito o que era preciso fazer! O preço foi pago! Este é o sentido. A Lei de Deus estava plenamente cumprida e a Sua justiça satisfeita. Aquele grito queria dizer que a dívida estava paga. Por isso Paulo declara que não há mais condenação para os que estão em Cristo Jesus e que o escrito de dívida foi cancelado! (Rm 8.1 e Col. 2.14). A dívida satisfeita foi a dívida do nosso pecado. Porque o salário do pecado é a morte (Rm 6.23a). Mas, o dom gratuito de Deus é a vida eterna! (Rm 6.23b). Aleluia! A dívida foi paga e o pecado dos que crêem foi cancelado!
3. Aos pés da cruz ouvimos um brado de perdão: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o fazem.
Jesus dirige-se ao Pai e intercede pela multidão. Multidão que aglomerava-se para ver o espetáculo da crucificação. Multidão que O seguia em busca de pão, de curas e milagres. Multidão que O aclamou na entrada de Jerusalém, a mesma que gritava: Crucifica-O! E, agora, multidão que assistia Sua morte na cruz. Em nenhum momento Jesus declarou ser a multidão inocente, mas clamou pelo perdão do Pai. Perdão que poderia ser aplicado com base no Seu sofrimento e na satisfação da justiça de Deus pelo Seu sacrifício. Que nesta páscoa ouçamos a voz que ecoa da cruz: Cristo salva o pecador, Aleluia!

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