sexta-feira, junho 25, 2010

MARAVILHOSA GRAÇA

Uma das verdades bíblicas mais confortadoras é a Doutrina da Graça. Ela nos ensina que nenhum homem tem o poder de buscar a Deus; Deus tem que buscá-lo primeiro. Foi o próprio Jesus que disse: “Ninguém pode vir a Mim se o Pai que Me enviou não o trouxer” (João 6.44). O homem encontra-se morto em seus delitos e pecados, incapaz de crer na Palavra de Deus. Mas o Espírito Santo o vivifica, regenera, fazendo-o contemplar a graça que provém de Deus, através dos méritos de Cristo, pela justiça que Ele proveu na cruz. E assim o homem pecador pode ser declarado filho de Deus. Sem dúvida nenhuma esta é uma verdade que nos enche de alegria, onde o nosso coração arde de gratidão por esta dádiva divina. Só nos resta, então, nos juntarmos ao poeta sacro e declararmos:

                                Hosana ao nosso Rei!
                                Cristo é a nossa vida,
                                O motivo de louvor em nosso novo coração;
                                Pois morreu a nossa morte,
                                Pra vivermos sua vida,
                                Nos trouxe grande salvação.

Que esta graça nos impulsione a cumprirmos o fim principal pelo qual fomos criados, que é o de glorificar a Deus.

terça-feira, junho 22, 2010

CARNE X ESPÍRITO: EM BUSCA DE UMA ESPIRITUALIDADE AUTÊNTICA

"Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito contra a carne, porque são opostos entre si". Esse é o dilema enfrentado por aquele que se dispõe a fazer a vontade de Deus. Um conflito de ordem espiritual é travado: a carne contra o Espírito, Espírito contra a carne. A carne não é propriamente o corpo, mas a herança pecaminosa e corrompida, que afeta o homem (tanto no aspecto moral, emocional como volitivo), tornando-o propenso a fazer exatamente o que se opõe a vontade de Deus. O Espírito refre-se ao próprio Espírito Santo, que nos regenera e renova, primeiro dando-nos uma nova natureza e, então, permanecendo em nós. "A carne" representa o que somos por nascimento natural, e "o Espírito" o que nos tornamos pelo novo nascimento. E estes dois, carne e Espírito, vivem em oposição, pois o pecado não reina mais, mas ainda luta. Como cristãos somos uma nova criatura, mas por causa da nossa natureza corruptível, podemos agir de maneira antiga, ter ações que correspondam ao velho homem. Há na realidade uma luta em nosso viver diário para anular estas características da carne e produzir uma vida que agrade a Deus, que O honre e O glorifique. Não podemos nos esquecer que a nossa luta é constante e devemos estar preparados para nos engajar nesta batalha, colaborando com o Espírito Santo a fim de que saiamos vitoriosos e cada vez mais fortalecidos no Senhor. Em primeiro lugar é preciso despojar-se do velho homem (leia Efésios 4.22-24). Se faz necessário que o nosso "velho homem" seja crucificado, a fim de que não vivamos para nós mesmos, mas para Cristo. Para isso a primeira medida a ser tomada é a de privá-lo de tudo que o sustenta. Paulo nos diz: "...nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscência" (Romanos 13.14). Assim o apóstolo nos ensina que que não devemos nos preocupar com o velho homem e nem continuar fazendo o que ele costumava fazer, porque ele está morto! Lloyd-Jones afirma que "em vista do que ocorreu dentro de nós e aconteceu conosco, devemos agora seguir avante e renunciar e dar fim uma vez para sempre ao velho homem em todos os seus modos, hábitos e práticas". Por outro lado, é preciso andar no Espírito. Viver, andar e ser guiado pelo Espírito nada mais é do que estar debaixo da direção do Espírito de Deus e isto envolve a plenitude do Espírito. J. MacArthur afirma que "se é possível entristecer e apagar o Espírito, é igualmente possível tartar o Espírito com respeito, entregar-se a Ele e permirtir que Ela aja em nossas vidas. Fazendo isto, entregando nossa vontade, nossa mente, nosso corpo, nosso tempo, nossos talentos, nossos tesouros - cada área - ao controle do Espírito Santo". Diante desta realidade somos desafiados, como verdadeiros cristãos, a vivermos uma autêntica espiritualidade maarcada pelo fruto do Espírito! 

segunda-feira, junho 21, 2010

FRUTOS DA OBEDIÊNCIA

A história registra entre muitos outros mártires cristãos, o testemunho de Filipe, Bispo de Heracléia, o qual, no princípio do quarto século, foi arrastado pelos pés, através das ruas e cruelmente açoitado, por ter sido acusado pelo governador de obstinada temeridade em persistir na desobediência ao decreto imperial. Diante do governador respondeu: “Meu procedimento não é o efeito de temeridade, porém procede do amor e respeito que tenho para com Deus, que fez o mundo e há de julgar os vivos e os mortos e cujos mandamentos não ouso transgredir. Tenho até aqui cumprido o meu dever para com os imperadores e estou sempre disposto a cumprir ordens justas que deles provenham em harmonia com a doutrina de nosso Senhor, que nos manda dar tanto aos Césares como a Deus, aquilo que lhes pertence. Sou, porém, obrigado a preferir o céu à terra e a obedecer a Deus de preferência aos homens”. Deus tem prazer na obediência, na sujeição dos Seus servos à Sua vontade. Filipe compreendeu que “obedecer é melhor do que o sacrificar” (1 Sm 15.22), ou seja, o culto não tem valor quando não é acompanhado por um espírito sincero e submisso. Como podemos  agradar a Deus? Será passando muitas horas de oração? Será dedicando todo o meu tempo, minha capacidade e meus bens para servir a outros? Todas estas atitudes têm um lugar importante na vida cristã, mas somente temos a capacidade de fazermos o que é certo quando assumimos uma atitude de obediência a Deus. É através de uma vida de obediência que sabemos se uma pessoa cristã é genuína, autêntica. As pessoas têm direito de suspeitar de alguém que diz crer em Jesus, mas não revela nenhuma transformação em sua vida.
A obediência tem suas raízes em ouvir o que Deus nos diz em Sua Palavra e colocar tais ensinamentos em prática. “Tornai-vos, pois, praticantes da Palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos”(Tg 1.22). Obedecer implica em ouvir e agir de acordo com o que Deus diz. Mesmo quando não temos certeza acerca dos resultados de um ato de obediência, o melhor caminho a tomar é obedecer: Hebreus 11.7,8.
Quando somos obedientes a Deus colhemos alguns frutos desta obediência:

1)     Podemos ter certeza de que nossas orações serão atendidas.
“E aquilo que pedimos dEle recebemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos diante dEle o que Lhe é agradável” (1João 3.22).
“Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito” (João 15.7).

2)     Desfrutamos de um relacionamento íntimo com Deus.
“Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e o meu Pai o amará, e viremos para  ele e faremos nele morada”( João 14.23).
“A intimidade do Senhor é para os que o temem...” ( Salmo 25.14).
                                                                      
3)     Seremos abençoados.
“Se guardares o mandamento que hoje te ordeno, que ames o Senhor, teu Deus, andes nos seus caminhos, e guardes os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, então viverás e te multiplicarás, e o Senhor teu Deus, te abençoará...” (Deuteronômio 30.16)

Não nos esqueçamos que o verdadeiro crente demonstra que conhece a Deus por um profundo desejo em seu  coração de ser obediente a Ele e a Sua Palavra.

REFLEXÕES SOBRE A VIDA

Diariamente deparamo-nos diante de uma triste realidade: a morte. A morte é dor, tristeza, separação e nessas ocasiões nem sempre sabemos o que dizer. Necessitamos de palavras, mas elas não aparecem. Alguns nos dizem que é melhor calar. Creio que, diante da  perda, do sofrimento profundo que a morte nos causa, é momento para a reflexão. É tempo de refletirmos acerca da vida.  Tiago escreveu: Que é a  vossa vida? sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa (4.14). O irmão de Jesus fala-nos da fragilidade da existência humana comparando-a com um vapor. Moisés também fala-nos disto comparando a vida com a erva, com uma planta que de manhã floresce e  a tarde seca e murcha. A nossa existência é transitória, efêmera. Assim, precisamos encontrar o sentido para qual existimos ou a nossa vida não terá o brilho e vigor que uma vida humana deve ter. A vida faz sentido para quem encontra o sentido da vida. Paulo, o apóstolo, estando preso, impedido de viver como queria, e, em outras ocasiões enfrentando necessidades e privações, ainda assim conseguia transmitir uma qualidade de vida capaz de consolar de dentro da prisão aos que estavam livres Tudo porque tinha um objetivo claro, definido: viver para realizar a vontade de Deus em sua vida e para testemunhar do Evangelho da graça de Deus. Porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro, escreveu ele. Sua vida era de Cristo e para Cristo.
Jesus declarou: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. A vida é Cristo e aqueles que não O receberam não têm a vida. Só vive quem já se encontrou com Cristo e passou da morte para a vida.  Só encontrou um motivo de existir aquele que tomou uma decisão de estar com e em Cristo. Não sabemos quando a morte nos virá, mas é certo, ela virá.  Diante da realidade da morte, é tempo de decidirmos pela vida. É momento de decidirmos por Cristo, pois Ele promete: Quem crê em Mim, ainda que morra, viverá.

QUE É A IGREJA?

Esta é uma questão que devemos considerar, uma vez que a palavra “igreja” evoca muitos Conceitos e significados variados.  J. C. Ryle observa que “não há palavra que tenha sido usada com tanta variedade de sentidos, como a palavra “igreja”. É a palavra que ouvimos constantemente, e não podemos deixar de observar que as pessoas a empregam em sentidos diferentes”.  Para muitos a igreja não passa de um clube religioso com seus rituais tradicionais. Outros a identificam a um grupo político (político num sentido lato, isto é, as coisas que dizem respeito a cidade, a sociedade) lutando contra os males da sociedade.  Há quem entenda “igreja” como um edifício, uma construção onde um grupo de fanáticos religiosos se reúne.  Creio que precisamos resgatar o significado bíblico-teológico da palavra “igreja”, pois “hoje em dia a igreja parece ter perdido o seu sentido de identidade. Como alguém que estivesse sofrendo de amnésia, ela está perguntando: Quem sou, e para que é que estou aqui” (R. Stedman).   
A palavra “igreja” no grego é ekklesia e tem o significado de “chamar para fora”, “convocar”. É a tradução do verbo hebraico “qahal”, “chamar”, que era empregado no AT com uma conotação religiosa ao referir-se à assembléia ou ajuntamento do povo de Deus em resposta à chamada de Javé. Assim, igreja deve ser definida como a assembléia ou ajuntamento daqueles que foram chamados e separados, dentre todas as nações, pela livre e graciosa vontade de Deus, para se constituírem no povo de Sua propriedade pela fé em Jesus Cristo.  Desta forma aprendemos que:
1) A igreja é um povo chamado por Deus. O fundamento do relacionamento entre o povo de Deus e o próprio Deus é caracterizado pelo chamado divino. A compreensão da igreja como povo de Deus destaca a igreja não como um encontro livre de pessoas com a mesma opinião religios, mas como aquela que é fundamentada na prévia escolha e chamamento livres de Deus. Em Romanos 8,29,30 verificamos que a igreja é composta por aqueles a quem Deus elegeu, chamou e justificou. Por isso não hesitamos em afirmar que a igreja deve sua existência a um fato fundamental: u chamado de Deus. Em 1 Pedro 2.9,10 encontramos quase todos os elementos que caracterizam a igreja de Deus. Um destes elementos é “raça eleita” e, sem dúvida, somente a eleição e o chamado de Deus pode sustentar a igreja. A fonte deste chamado é o amor gracioso de Deus (Dt 7.7;Jo 3.16). O amor de Deus é espontâneo e gratuito, mesmo que sejamos indignos deste amor e apesar de nós, Deus nos amou a ponto de nos constituir seu povo. Portanto, é Deus quem reúne em torno de Si o seu povo, de todas as raças, tribos, línguas e nações. Deus é quem toma a iniciativa de regatar um povo para Si. Assim, a igreja é uma instituição divina. Hans Küng declara que o fato da igreja existir e ser o que é acha-se predeterminado pela vontade de Deus, da qual simultaneamente continua pura e simplesmente dependente – diferentemente de uma fundação humana, da qual, com o tempo, o fundador se retira. É por isso que a igreja nunca é simplesmente “uma instituição” mas é sempre “a instituição de Deus”.
2) A igreja é um povo que tem fé. Esta é outra característica da igreja. É uma comunidade daqueles que crêem em Cristo, ou seja, a congregação dos pecadores regenerados que, mediante a ação do Espírito Santo, demonstram uma convicção firme da verdade do Evangelho e uma certeza do cumprimento das promessas de Deus em Cristo. “Se do lado divino, a igreja é a comunhão dos santos eleitos, do lado humano, é a comunhão daqueles que respondem à Palavra de Deus proclamada e que crêem em Jesus Cristo e confessam que Ele é o Senhor”, afirmou G. E. Ladd. A fé pessoal em Cristo Jesus é parte essencial da igreja de Deus, como demonstra o capítulo 4 de Romanos. Ali verificamos que Abraão foi aceito por Deus não por causa das obras da lei e, sim, porque creu. A circuncisão era o sinal da justiça da fé que lhe fora imputada e, sendo assim, Abraão é o pai daqueles que demonstram esta mesma fé.
3) A igreja é um povo separado por Deus. A santidade é a terceira característica a destacar. A igreja é o ajuntamento, a comunhão dos santos. A idéia é de ser separado para a obra e serviço do Senhor. O povo de Deus é santo, pois “o Seu Cabeça é Santo e santificador”. É o povo cujos pecados foram expiados por Jesus (Hb 2.17), santificado pelo Seu sangue e que, no decorrer de sua peregrinação, tem a santificação por meta. Esta santidade alcançada pelo povo de Deus é  que o qualifica como comunidade de culto (Ef 3.21, ou seja, sua tarefa suprema como povo santo é a adoração cultual, na qual revela o significado de Deus para a sua vida, tornando notório aos pecadores o que Deus fez e faz. A santidade, então, não só nos capacita a cultuar a Deus como também testemunhá-Lo. O povo de Deus tem sido comissionado a testificar das boas novas aos pecadores, bem como de anunciar as virtudes de Deus. Somente da igreja é que o mundo pode ter noção do que significa vida eterna. Sendo assim, a eficácia do seu ministério consiste me demonstrar a obra eficaz de Jesus Cristo, a testando o perdão do seu próprio pecado
O povo de Deus é aquele que é chamado por Deus de todas as nações, o qual responde com fé e vive uma vida de santificação no decorrer da sua peregrinação até a consumação do século.